Logo que Arjuna aceitou o Senhor Krishna como seu mestre espiritual, o Senhor o instruiu sobre seu verdadeiro eu, uma partícula integrante do Supremo, plena de qualidades espirituais.
O Senhor Krishna passa, então, a ensinar que embora o corpo material viva em constante transformação através das ações e reações das diferentes células, as quais produzem o crescimento e a velhice, a jīva (alma) permanece no corpo como uma centelha espiritual minúscula. Ela é imutável e nunca se submete às mudanças que ocorrem no corpo. Ou seja, este corpo material é simplesmente a corporificação da jīva, que se espalha por todo o corpo e pode ser percebida como consciência individual.
Por natureza, o corpo material é perecível, mas a jīva é eterna. Como uma parte da luz, a verdadeira natureza do eu é suprema, autoluminosa. É ela que mantém o corpo, pois, com a sua partida, o corpo começa a se decompor. O que é conhecido como morte nada mais é do que o fenômeno que ocorre quando a jīva abandona o corpo que não apresenta mais condições apropriadas para a sua permanência.
O corpo está frequentemente sujeito a diferentes transformações: nascimento, permanência por algum tempo, crescimento, produção de subprodutos e decomposição. Entretanto, a jīva não passa por tais mudanças. Ela não nasce, mas ao ser lançada num ventre materno, acaba aceitando a cobertura de um determinado corpo – e é pela influência dela que este corpo pode se desenvolver.
Tudo o que nasce também morre. No entanto, por não ter nascimento, a jīva não tem passado, presente ou futuro – ela é sempre existente e primordial. A jīva é permanente, encontra-se em toda parte, é imutável, imóvel e eternamente a mesma.