Enquanto estiver neste mundo, é inevitável que uma pessoa estabeleça inúmeros relacionamentos: com seu próprio corpo, com as pessoas com as quais se associa, com o mundo ao seu derredor, com sua mente, com experiências duais (tais como felicidade e tristeza, ganho e perda), com a natureza e, finalmente, com Deus. É justamente para ajudá-la a estabelecer tais relacionamentos conscientes e sadios que existe o yoga, palavra originalmente em sânscrito, cuja origem se encontra na raiz yuj e que significa “unir”, “ligar”, “conectar”. Num sentido mais amplo, o vocábulo yoga serve em geral para designar qualquer técnica ou processo de ascese com a função de facilitar para o indivíduo a conexão de modo consciente aos seus mundos interno e externo.

Desse modo, levando em conta e respeitando o fato de que existem pessoas com diferentes naturezas, existem também vários caminhos alternativos, sendo que todos eles têm o mesmo objetivo: livrar o praticante da falsa identificação corpórea e, consequentemente, de uma existência sujeita à dualidade e ao enredamento material. Somente assim, a alma individual (ātmā) pode se religar (religare) à Alma Suprema (Paramātmā).

Devemos ter em mente que, quando praticados correta e sinceramente, todos os segmentos espirituais apresentados nos textos védicos serão eficazes em conduzir a alma a uma experiência direta do seu Eu verdadeiro (a alma) e à percepção de Deus[BS1] . (Gītā 13.25)

Dentre os principais desses caminhos, resumiremos cinco deles: haṭha-yoga, “o yoga da força”; karma-yoga,“o yoga da ação”; jñāna-yoga, “o yoga do conhecimento”; dhyāna-yoga, o yoga da meditação e bhakti-yoga, o “yoga da devoção”.

 [BS1]Não entendi, Gurudeva. Seria “conduzir a alma a uma relação direta entre o Eu verdadeiro e Deus”?

Resposta: Sim.